sábado, 5 de setembro de 2009

Socas e a TVI ou, a história mal-parida!

Muito sinceramente, faziam já algumas semanas que não vinha aqui escrever nada. Não é que não sentisse vontade, mas resolvi manter um certo afastamento, devido a projectos profissionais, que entretanto resultaram nisto: www.tabuaonline.com.
Mas o que me traz de volta é, de novo, o nosso actual PM: Jota Socas.
Aliás, o PM e aquela que é a sua última, alegada, patifaria.
Sim, penso que lhe posso chamar isso mesmo: patifaria. Depois de todas as que já fez (e nem me estou a referir ao Freeport). Estou a falar das patifarias governamentais.
Este senhor, ao que parece, teve um pedido atendido da direcção da Prisa, grupo espanhol de média, que detém a maioria da capital da MediaCapital, sociedade que é dona da TVI.
Isto não podia acontecer em melhor altura, ao contrário do que dizem alguns.
O nosso verão estava a ser um bocadinho previsível. Já se sabia que iam começar as acusações entre partidos, que MFL não descansaria de chamar nomes ao Socas, que Louçã estaria na linha da frente do combate pela transparência, que o Camarada Jerónimo voltaria ao palco do Avante (avante camaraaaaada, avante!).
O que não se suspeitava é que o Jornal de 6ª da TVI, ia ser cancelado. Ainda por cima, sem grandes razões. Não deixa de ser um jornal típico da TVI, com notícias sensacionalistas e que, como disse muito bem Marinho Pinto, violam todos os dias os códigos de ética, com Manuela Moura Guedes como violadora principal.
Um à parte: Saudações ao Sr. Bastonário da Ordem dos Advogados pela atitude com que enfrentou aquela tipa. A MMG pode ter carteira profissional, mas de pouco lhe serve.
A TVI, desde 2000 que mantém uma linha editorial sofrível, com poucos pontos altos (pese embora alguns prémios para algumas, poucas, reportagens de fundo) e, definitivamente, de mau gosto.
Pessoalmente nunca consegui acompanhar durante muito tempo os noticiários da TVI. A SIC, com a sua postura mais inflexivel de isenção e rigor, sempre me atraiu mais.
No entanto, a TVI, e o seu Jornal de 6ª, estiveram sempre na frente da investigação do "Caso Freeport".
Parece-me estranho, depois de ter lido algumas das coisas que se publicaram acerca do assunto, que este espaço informativo tenha sido cancelado na data de regresso à grelha, e quando se preparavam para revelar novos contornos no caso referido.
Estranho, mas verdade.
Mas, será que depois da saída de Moniz (JEM para os amigos), os patrões da TVI se aperceberam que podem ganhar muito mais credibilidade se mudarem a linha editorial? É uma hipótese, forte.
Ou, será que MMG se viu confrontada com a escolha difícil entre o Código Deontlógico e o, já notório, ódio figadal a Socas? Agora o maridinho já lá não está para ser o backup da senhora e lhe amparar os golpes.
No fim de tudo, o que interessa é que Socas sai derrotado à vista da opinião pública. São já muitos os receios de que tenha havido ingerência do PM no caso. A ser verdade, é muito grave.
Portugal abandonou a Ditadura em 1974. Depois de todos estes anos, será que nos podemos permitir a voltar a uma nova Ditadura? Podemos permitir a subida ao poder de pessoas que são suspeitas?
Esta pergunta vale tanto para Socas como para os candidatos do PSD à Assembleia da República. Ou para os candidatos a autarcas que têm ainda contas a ajustar com a Justiça (sim, é para o dr Isaltino e a D. Fátima).
Será que depois de tantos anos de liberdade, os portugueses vão deixar esta gente continuar no Poder?
Depois de conversar, demoradamente, com algumas pessoas que ao contrário de mim viveram a transição de sistema, apercebi-me que Portugal já esteve mais longe de uma revolução. Mas desta vez talvez não seja preciso que os Militares dêem o primeiro passo. Acredito que, a acontecer, a Revolução será iniciada pelo Povo. Nas ruas, a manifestar-se contra as políticas erradas do Governo, a exigir a sua exoneração.
Claro que poderá ser mais romântica, mas sem flores, que estão caras e a malta não tem guito para andar a oferecê-las.
Mas, segundo alguns, uma nova Revolução neste país terá de ser menos pacífica do que a 25 de Abril de 1974.
Posto isto, depois de escrever este post, só posso dizer que cada vez me sinto mais à esquerda (se é que esquerda e direita ainda existem). Pessoalmente sinto-me mais revolucionário.

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